O mochileiro urbano é figura onipresente nas grandes cidades. Afinal, qualquer cidadão circulando pelo sistema venoso dos grandes centros é suspeito de ser um. Transitamos por esse gigantesco labirinto com pressa, cumprindo as tarefas do dia-a-dia, indo e vindo do trabalho, da escola, da faculdade. E trazendo e levando pessoas de e para esses lugares. Variavelmente, em dias diversos, nos tornamos outro tipo de transeunte ao percorrer os mesmos caminhos de asfalto e trilhos para visitar e conhecer a cidade que nos abriga e nos ocupa. Não podemos ceder ao maniqueísmo de só enxergar o stress da metrópole versus a paz do campo. Há tensão no interior também, assim como há deleite e intimismo nas grandes cidades. Duvida? Basta procurar e saber aonde ir.
Para nós, o mundo é o que enxergamos através de nossos olhos humanos, parciais. Nós o reconhecemos e o organizamos através de nossas próprias medidas. E assim como indivíduos são completamente diferentes entre si, tornamos cada pedaço do planeta um microcosmo que nos espelha. Quanto maior concentração de pessoas, maior a concentração de variedade.
Nossa espécie percebe o mundo, o interpreta e o molda de acordo com nossas capacidades perceptivas, interpretativas e nossos modos de interferir. Andar por uma cidade é viajar por uma miríade de pequenos mundos, produtos de intervenções de numerosos cidadãos que nela moraram, viveram, perceberam e influenciaram. Engana-se quem pensa que passa por essas paisagens sem interferir, sem contribuir. Há forças diversas, emanando de pessoas diversas, disputando influências muitas vezes opostas.

0 comentários:
Postar um comentário